Opera Barroca

Opera Barroca

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Ramalhete

O Ramalhete acompanha o percurso da família de Os Maias. No início, está desabitado e sem vida, pois Afonso vive no retiro de Santa Olávia, no Douro. Quando Carlos decide vir habitá-lo transforma-se num local simbólico de esperança para a família. Nesse momento, a cascata, até então abandonada, ganha vida. Opera-se como um renascimento da família, que durará pouco tempo.

Finalmente a tragédia abate-se sobre a família e o Ramalhete transforma-se mais uma vez com a cascata a chorar gotas de água e a estátua ganhando ferrugem. Tudo aponta para uma espécie de cemitério, onde domina uma atmosfera funérea, sobrando unicamente o cipreste e o cedro, árvores que pela sua longevidade simbolizam a vida e a morte, tornando-se testemunhas da vida e da morte de Os Maias. Com o desaparecimento de Afonso, a morte instala-se definitivamente e os seus móveis cobertos de lençóis brancos, lembram mortalhas fúnebres. Degradados e dispostos em confusão lembram a destruição e morte da família e metonimicamente o estado do país.

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